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Linhas curvilíneas na arquitetura e decoração transmitem agradável sensação de aconchego


05/04/2011 - "Não é o ângulo reto que me atrai/ Nem a linha reta, dura, inflexível criada pelo o homem/O que me atrai é a curva livre e sensual/A curva que encontro no curso sinuoso dos nossos rios/Nas nuvens do céu, no corpo da mulher preferida/De curvas é feito todo o universo,/O universo curvo de Einstein". As palavras do mestre Oscar Niemeyer definem com graça a variedade, o contraste, a opulência e a plenitude das linhas curvilíneas na arquitetura. Também presentes no design de interiores, seja em propostas contemporâneas, rústicas ou clássicas, as curvas transmitem sensação agradável de aconchego, intimidade e, usadas nos móveis e objetos, constumam reunir as pessoas.

As curvas e as linhas sinuosas estão muito além da arquitetura, e nos rodeiam em todas as formas da natureza, afirma o arquiteto Aquiles Nícolas Kílaris. "Meu trabalho é trazer para dentro dos projetos arquitetônicos estas formas harmonicamente dispostas e as cores que são tão agradáveis aos nossos olhos", diz. Para ele, as curvas dão leveza e movimento às fachadas, aos móveis, nos remetem ao campo e a montanha, como em desenhos nos muros e aos lagos e lagoas, quando aplicadas em uma piscina com cascata.

"O objetivo principal é trazer conforto e aconchego as pessoas que estiverem nos ambientes. Além disso, as curvas e formas orgânicas conferem aos espaços beleza e harmonia. Como elas nos remetem às formas da natureza, a atmosfera criada em ambientes onde usamos este recurso é de bem-estar. Em alguns casos, quando desejamos marcar ainda mais a referência da natureza dentro de nossos projetos, desenhamos espaços que fazem uma referência explícita ao tema", continua Aquiles. Ele cita como exemplo um projeto corporativo em que foi executado o desenho de um céu no teto do escritório, com o gesso colocado plasticamente representando a nuvem, imprimindo ao ambiente uma sensação agradável de trabalho ao ar livre.

Além de poder ser estrutural, a curva também pode vir no mobiliário, como em bancadas de trabalho, armários, estantes, guarda-corpo de escadas, nichos e até duchas de piscina, com design exclusivo, cita o arquiteto. "Além disso, trabalhamos as formas orgânicas e as linhas sinuosas no gesso dos tetos e pisos, conferindo movimento e beleza ao ambiente. Também usamos este movimento em vitrais de decoração e clara-bóias".


De acordo com Aquiles, a linha reta foi criada pelo homem. É estática, não passa movimento nas formas.Nos interiores, móveis com linhas retas e cantos vivos podem oferecer perigos no que tange à acessibilidade e à circulação de idosos e crianças. Já a curva é infinita. Em fachadas traz movimento e ao mesmo tempo uma sensualidade que deixa a edificação mais agradável, afirma o arquiteto. Móveis com cantos arredondados e orgânicos favorecem melhor a acessibilidade e segurança, em total contraponto à linha reta. "Claro que uma edificação não pode ser toda curva. Mas as linhas sinuosas dispostas harmonicamente são, na minha opinião, muitas mais belas que as linhas retas. Não consigo imaginar por exemplo, a orla de Copacabana toda reta, nem mesmo o Pão de Açúcar quadrado. Na verdade, posso dizer que, a natureza é a grande inspiração de meu trabalho", diz.

Para a arquiteta Estela Netto, o projeto deve atender aos anseios, objetivos e expectativas do cliente e do arquiteto. De acordo com ela, é neste contexto que se estabelece uma proposta arquitetônica que abrace uma linha mais leve, fluida e orgânica, através da curva, ou uma linha mais direta, objetiva e impactante, através da reta. "O uso das curvas contribui na fluidez e harmonia das edificações e esses sentidos se estendem para os ambientes internos. Internamente, a curva ainda nos remete ao acolhimento e nos dá a sensação de ser mais convidativa".

São muitos os exemplos da presença da curva no mobiliário, cita Estela. Na década de 1920, Ludwig Mies van der Rohe utilizou as curvas nos pés em seu modelo mais famoso, a poltrona Barcelona, de 1929. As cadeiras, bancos e banquetas de Michael Thonet do século XIX, feitas de madeira vergadas, e na contemporaneidade, Philippe Starck, Karim Rashid e também o brasileiro Sergio Rodriguez, usam e abusam das curvas. A arquiteta lembra ainda de Arne Jacobsen, com suas poltronas Swan (1958) e Egg (1958), além da cadeira Ant (1952); Verner Panton com a cadeira que herdou o seu sobrenome, Panton (1959-60); e também Eero Saarinen com seu conjunto de mesas e cadeiras Tulip de 1955-56. Essas peças são largamente utilizadas em projeto de interiores contemporâneos. "O uso de linhas retas conferem às edificações , na maioria dos casos, uma leitura mais simplificada, um maior pragmatismo e objetividade nas formas. Já a curva traz sensualidade, leveza, e organicidade. Podermos pensar na igreja da Pampulha, de Niemeyer, e perceber como a curva, apresentada através da estrutura em 'casca' confere acolhimento e aconchego ao usuário do espaço", ilustra Estela.

Flexível
Um lançamento no setor da contrução a seco (drywall) traz as formas curvas para dentro de casa com praticidade. Mais econômica, a Flexboard, da Knauf do Brasil, tem como vantagem a versatilidade na manutenção e mudança no layout, sendo ideal para instalação de paredes, tetos, revestimentos em curvas, de colunas, abóbadas e elementos decorativos em S, podendo ainda ser usado como mobiliário ou, dependendo da criatividade do arquiteto, como detalhes decorativos, recortes e formas diferenciadas em superfícies curvas.

Como explica a arquiteta da empresa Clarice Borring, por ter uma espessura de 6,5mm, mais fina que as chapas de gesso convencionais, a Flexboard proporciona raios de curvaturas menores (de até 30 cm), se adequando a várias necessidades de projeto, seja de paredes até sancas com iluminações indiretas. "Como um entreponto de sutileza, as curvas chegam para dar suavidade ao encontro de planos distintos. Nas fachadas, criam uma atmosfera de leveza, nos ambientes internos formam ambientes acolhedores. Em contraposição às linhas retas, trazem volumetria, suavidade e elegância", completa Clarice.

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