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Mesas repletas de requinte

Trabalhar com diversos tipos de materiais pode ajudar a criar uma sala de jantar aconchegante e muito original (Gladyston Rodrigues/EM/D.A.Press)
Trabalhar com diversos tipos de materiais pode ajudar a criar uma sala de jantar aconchegante e muito original

Alguns detalhes podem ser essenciais na hora de conceber a harmonia e o requinte na composição dos espaços domésticos. Para agregar um encanto a mais na sala ou em algum local da casa, lançar mão de uma simples mesa de apoio ou de outro modelo mais rebuscado que abuse dos pormenores, é um recurso prático e com efeitos estéticos multiplicados. No canto, no centro, para as refeições, trabalho ou estudo, as mesas oferecem diversas possibilidades em estilos, que vão do design clássico, vintage e rústico, ao mais sofisticado e contemporâneo, em cores e miudezas que trazem à combinação total um resultado surpreendente.

Dentro de um mercado rico em possibilidades, é bom estar atento ao comprar uma mesa. "Você deve sempre considerar o conforto de acordo com a função que ela vai exercer no ambiente. Muitas vezes o que é bonito pode ser inviável, por isso, é sempre bom pensar em prioridades", orienta a designer de interiores Ednei Aquino. Ela cita o acrílico como tendência para o móvel, pela leveza e praticidade. "Ele é fácil de transportar pela casa, sua transparência traz um ar moderno à mesa e amplitude ao ambiente, além dessa neutralidade ser boa aliada para resolver várias questões, já que se adapta a muitos estilos de decoração", pontua.

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Diferente do design antigo, mais pesado daquelas grandes mesas de madeira, as versões atuais destacam, além do acrílico, o vidro e o aço inox, em tampos e bases, ressalta Ednei. "Vidro, acrílico e inox são mais arrojados, lembrando que o primeiro é mais pesado para carregar", diz.

Mudando de atitude, uma tendência alternativa são as mesas com pés em troncos ou raízes retorcidas, que transmitem um ar mais naturalista, mas elas devem ser bem colocadas para não carregar os espaços, portanto são mais indicadas para locais amplos e áreas externas, continua a designer. Pedras e madeiras para bases, lacas coloridas, versões de desenhos diferenciados e orgânicos, que se aproveitam das tonalidades versáteis e marcantes, são outras opções para enriquecer os ambientes em detalhes de um canto. Em mesas de jantar, uma maneira de brincar com a decoração é usar cadeiras diferentes em uma mesma proposta.
(SXC.hu/Banco de Imagens)

 (SXC.hu/Banco de Imagens)
Para as mesas de centro, uma novidade em altura intermediária entre a mesa de jantar e a mesa de centro convencional (de 60 cm), é ideal para conversar, tomar um café, comer um petisco, e fica bem em varandas, livings, conjugadas com sofás e poltronas, enfatiza Ednei Aquino. "Quando a mesa é muito baixa você fica no sofá e tem que se encurvar para buscar o objeto, não é confortável". Em uma mesa de canto, ao lado da cabeceira da cama jogada com uma obra de arte, ou com um espelho por trás fazendo as honras de um criado mudo, misturando ou não as tendências, a dica da designer é sempre pensar no que se quer valorizar dentro da casa.

Segundo a arquiteta Mariana Leite, o que é clássico não sai de moda. "A madeira é um exemplo, assim como o modelo Saarinen oval, típico da década de 50, ou a mesa Barcelona, em vidro e aço inox, que são antigas, mas modernas. A aposta é misturar estilos e chegar a uma proposta atual, portanto, é bom ter orientação para não errar", destaca. Atualmente, quase tudo vale quando o assunto é mesa. "Fibra de vidro, madeira de demolição, alumínio, couro. O que não é muito indicado é o mobiliário antigo, geralmente mais pesado, e também deve-se evitar as pedras na mesa inteira, que carregam o ambiente - elas ficam bem nos tampos, por exemplo. Em apartamentos mais compactos, quanto mais pesados os móveis, menor ficam os espaços", indica. Para escolher a forma e o tamanho da mesa (mais redonda, quadrada ou retangular), é bom considerar o formato do próprio espaço e escolher aquele que tenha a proporção mais adequada, completa Mariana.

HARMONIA


Para a arquiteta da Lider Interiores, Raquel Nogueira, "as mesas de canto e de centro são peças importantes na composição das salas de estar", como apoio para os objetos. "Como não são destaques na decoração, a tendência é serem mais baixas, e não devem prejudicar a composição geral do espaço. Portanto, devem ser mais leves. Para os modelos de centro, principalmente com os apartamentos pequenos, é ideal que a largura seja mais estreita, a fim de melhorar a circulação", afirma. Ela cita as formas poligonais como forte tendência que vem de Milão, em formatos assimétricos para peças de canto e centro. O mármore, o granito e outras pedras são outra aposta que apareceu por lá há cerca de três anos e, Raquel acredita, deve chegar ao Brasil também para as mesas de jantar.

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Conforto para as refeições


Prateleiras retráteis em mesas de centro e canto, que não são exatamente gavetas, se mostram opções flexíveis para guardar objetos, continua a arquiteta. "Para complementar a decoração, em mesas de canto e centro é indicada a composição com as lacas coloridas e, em mesas de jantar, acabamentos mais discretos em laca preta ou branca, por exemplo". A linha de produtos da Lider mistura inox, vidro (laqueados e espelhados), madeira, cristais, em mesas que brincam com os estilos de época para garantir um luxo extra.

Na Dominox, a coleção de mesas compreende diversos modelos, que vão do clássico, ao rústico, mais contemporâneo, ou de design próprio, conta a proprietária, Vivian Scarano. De acordo com ela, em espaços integrados e cada vez menores, as mesas de canto para suportes variados estão em alta, substituindo as de centro, com funções de encaixe, regulagem de altura, entre outros itens. Outra linha vem em mesas desmontáveis, que abrem e fecham, multiuso, e materiais tecnológicos como vidros que não mancham, em móveis para a sala de jantar. "Você tem aquela mesa para as refeições, mas que também pode ser adaptada para o trabalho ou estudo. Outra coisa que chega como modismo são as referências ao passado, que tiram a impessoalidade dos móveis muito modernos", continua Vivian.

Dentro dessa proposta, a mesa Antoniette, em ferro cortado a laser folheado em tons de madeira, pés finos e design retrô com um toque francês, é uma opção que a Dominox oferece, fazendo alusão a outro produto já consagrado. Outro destaque é a mesa lateral Xis, em acrílico, com pés e bojos desmontáveis que se encaixam e trazem a versatilidade da peça poder ser levada para qualquer local, seguindo preceitos como portabilidade e reciclagem. "Essa mesa ganhou o prêmio IF de design, em Hannover, na Alemanha, e estará no próximo salão de Milão ao lado de uma poltrona de espuma injetável", comemora Vivian.

Contra espaços pequenos, abuse de armários e espelhos

Uso de espelhos é indicado para ampliar espaços
Uso de espelhos é indicado para ampliar espaços

Com os altos custos dos imóveis no Distrito Federal, a tendência do mercado é oferecer apartamentos cada vez menores. Isso acentua o problema da falta de espaço. Como colocar cada móvel no devido lugar? É essencial que objetos não aparentem estar empilhados, compondo uma completa bagunça.

O arquiteto e designer Glaucio Gonçalves, fundador do Espaço Brasileiro de Arquitetura (EB-A), dá algumas alternativas para aproveitar cada canto da casa. O especialista garante que, em primeiro lugar, é essencial levar em consideração todos os hábitos e necessidades de quem mora no local. O intuito é organizar o ambiente para que coincida com a personalidade do morador.


Assim, é necessário que se faça um levantamento do mobiliário existente. Se algum móvel não estiver mais de acordo com o espaço, a ideia é reaproveitar, dando a ele novo uso ou aparência. Se for adquirir novas peças, opte por aquelas que tornem os ambientes funcionais e práticos. É importante para que o dia a dia fique o mais organizado possível.

"Integre a cozinha à sala e à área de serviço. Assim, consegue-se uma maior amplitude e iluminação", sugere Glaucio Gonçalves. Ele ainda destaca a importância do uso de luz adequada para que, com claridade, o ambiente pareça maior e mais aconchegante. Para separar os cômodos da casa de forma sutil, o uso de cortinas em voal é indicado.

A arquiteta Maria do Carmo Araujorge ensina que uma grande alternativa é ter a maior quantidade de armários possíveis, para que os objetos mantenham-se organizados. "Utilizar espaços como embaixo das camas também é uma boa opção".

 (Divulgação/Ideia Glass)
Espelhos também são aliados para gerar uma impressão de profundidade. "O uso é a melhor alternativa para fornecer a sensação de espaços maiores, já que brinca com os nossos sentidos", afirma. De acordo com a arquiteta, utilizar objetos e móveis com múltiplas funções é interessante. "Colocar a televisão em um móvel giratório, que possa atender a dois cômodos, como o quarto e a sala, é uma ideia que economiza espaços", acrescenta.

Banho espaçoso

O Box Flex, da marca Ideia Glass, garante flexibilidade para pequenos ambientes. Composto de dois vidros, dobradiças e trilho deslizante na parte inferior, o espaço de abertura da porta é reduzido. O Boxflex pode ser usado para pequenos vãos, a partir de 60cm, sendo ideal para ambientes reduzidos.

Linhas curvilíneas na arquitetura e decoração transmitem agradável sensação de aconchego


05/04/2011 - "Não é o ângulo reto que me atrai/ Nem a linha reta, dura, inflexível criada pelo o homem/O que me atrai é a curva livre e sensual/A curva que encontro no curso sinuoso dos nossos rios/Nas nuvens do céu, no corpo da mulher preferida/De curvas é feito todo o universo,/O universo curvo de Einstein". As palavras do mestre Oscar Niemeyer definem com graça a variedade, o contraste, a opulência e a plenitude das linhas curvilíneas na arquitetura. Também presentes no design de interiores, seja em propostas contemporâneas, rústicas ou clássicas, as curvas transmitem sensação agradável de aconchego, intimidade e, usadas nos móveis e objetos, constumam reunir as pessoas.

As curvas e as linhas sinuosas estão muito além da arquitetura, e nos rodeiam em todas as formas da natureza, afirma o arquiteto Aquiles Nícolas Kílaris. "Meu trabalho é trazer para dentro dos projetos arquitetônicos estas formas harmonicamente dispostas e as cores que são tão agradáveis aos nossos olhos", diz. Para ele, as curvas dão leveza e movimento às fachadas, aos móveis, nos remetem ao campo e a montanha, como em desenhos nos muros e aos lagos e lagoas, quando aplicadas em uma piscina com cascata.

"O objetivo principal é trazer conforto e aconchego as pessoas que estiverem nos ambientes. Além disso, as curvas e formas orgânicas conferem aos espaços beleza e harmonia. Como elas nos remetem às formas da natureza, a atmosfera criada em ambientes onde usamos este recurso é de bem-estar. Em alguns casos, quando desejamos marcar ainda mais a referência da natureza dentro de nossos projetos, desenhamos espaços que fazem uma referência explícita ao tema", continua Aquiles. Ele cita como exemplo um projeto corporativo em que foi executado o desenho de um céu no teto do escritório, com o gesso colocado plasticamente representando a nuvem, imprimindo ao ambiente uma sensação agradável de trabalho ao ar livre.

Além de poder ser estrutural, a curva também pode vir no mobiliário, como em bancadas de trabalho, armários, estantes, guarda-corpo de escadas, nichos e até duchas de piscina, com design exclusivo, cita o arquiteto. "Além disso, trabalhamos as formas orgânicas e as linhas sinuosas no gesso dos tetos e pisos, conferindo movimento e beleza ao ambiente. Também usamos este movimento em vitrais de decoração e clara-bóias".


De acordo com Aquiles, a linha reta foi criada pelo homem. É estática, não passa movimento nas formas.Nos interiores, móveis com linhas retas e cantos vivos podem oferecer perigos no que tange à acessibilidade e à circulação de idosos e crianças. Já a curva é infinita. Em fachadas traz movimento e ao mesmo tempo uma sensualidade que deixa a edificação mais agradável, afirma o arquiteto. Móveis com cantos arredondados e orgânicos favorecem melhor a acessibilidade e segurança, em total contraponto à linha reta. "Claro que uma edificação não pode ser toda curva. Mas as linhas sinuosas dispostas harmonicamente são, na minha opinião, muitas mais belas que as linhas retas. Não consigo imaginar por exemplo, a orla de Copacabana toda reta, nem mesmo o Pão de Açúcar quadrado. Na verdade, posso dizer que, a natureza é a grande inspiração de meu trabalho", diz.

Para a arquiteta Estela Netto, o projeto deve atender aos anseios, objetivos e expectativas do cliente e do arquiteto. De acordo com ela, é neste contexto que se estabelece uma proposta arquitetônica que abrace uma linha mais leve, fluida e orgânica, através da curva, ou uma linha mais direta, objetiva e impactante, através da reta. "O uso das curvas contribui na fluidez e harmonia das edificações e esses sentidos se estendem para os ambientes internos. Internamente, a curva ainda nos remete ao acolhimento e nos dá a sensação de ser mais convidativa".

São muitos os exemplos da presença da curva no mobiliário, cita Estela. Na década de 1920, Ludwig Mies van der Rohe utilizou as curvas nos pés em seu modelo mais famoso, a poltrona Barcelona, de 1929. As cadeiras, bancos e banquetas de Michael Thonet do século XIX, feitas de madeira vergadas, e na contemporaneidade, Philippe Starck, Karim Rashid e também o brasileiro Sergio Rodriguez, usam e abusam das curvas. A arquiteta lembra ainda de Arne Jacobsen, com suas poltronas Swan (1958) e Egg (1958), além da cadeira Ant (1952); Verner Panton com a cadeira que herdou o seu sobrenome, Panton (1959-60); e também Eero Saarinen com seu conjunto de mesas e cadeiras Tulip de 1955-56. Essas peças são largamente utilizadas em projeto de interiores contemporâneos. "O uso de linhas retas conferem às edificações , na maioria dos casos, uma leitura mais simplificada, um maior pragmatismo e objetividade nas formas. Já a curva traz sensualidade, leveza, e organicidade. Podermos pensar na igreja da Pampulha, de Niemeyer, e perceber como a curva, apresentada através da estrutura em 'casca' confere acolhimento e aconchego ao usuário do espaço", ilustra Estela.

Flexível
Um lançamento no setor da contrução a seco (drywall) traz as formas curvas para dentro de casa com praticidade. Mais econômica, a Flexboard, da Knauf do Brasil, tem como vantagem a versatilidade na manutenção e mudança no layout, sendo ideal para instalação de paredes, tetos, revestimentos em curvas, de colunas, abóbadas e elementos decorativos em S, podendo ainda ser usado como mobiliário ou, dependendo da criatividade do arquiteto, como detalhes decorativos, recortes e formas diferenciadas em superfícies curvas.

Como explica a arquiteta da empresa Clarice Borring, por ter uma espessura de 6,5mm, mais fina que as chapas de gesso convencionais, a Flexboard proporciona raios de curvaturas menores (de até 30 cm), se adequando a várias necessidades de projeto, seja de paredes até sancas com iluminações indiretas. "Como um entreponto de sutileza, as curvas chegam para dar suavidade ao encontro de planos distintos. Nas fachadas, criam uma atmosfera de leveza, nos ambientes internos formam ambientes acolhedores. Em contraposição às linhas retas, trazem volumetria, suavidade e elegância", completa Clarice.